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‘Índice de infelicidade’ no Brasil é o mais alto nos últimos cinco anos


(Imagem: EFE)

Por Lucas Godois, Socialismo Criativo


O “índice de infelicidade” atingiu o pior patamar em cinco anos no primeiro trimestre de 2021. Os dados são a soma da taxa de inflação e de desemprego, levantados pelo economista Daniel Duque, do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FBV).


O índice atingiu 19,83%, enquanto o Brasil passava pela segunda onda da pandemia do novo coronavírus e atingiu marcas assustadoras de mais quatro mil mortes em 24 horas. O nível de infelicidade é o mesmo do terceiro trimestre de 2016, quando o país passava por uma forte recessão econômica.


Os dados também apontam que o Brasil ocupa a segunda pior posição do ranking da infelicidade, atrás apenas da Turquia com 26,28%. Espanha com 16,10%, Colômbia com 15,60 e Grécia com 14,10 fecham a lista dos cinco países mais infelizes, segundo o índice. Os dados mais recentes da Grécia são de 2020.

Razões da alta infelicidade

Nos dados do índice da infelicidade, o Brasil é o quinto pior colocado no caso da inflação, ficando atrás de Argentina, Turquia, Rússia e Arábia Saudita. Já no desemprego, o país ficou em segundo lugar com a maior taxa de desocupação, ficando atrás apenas da Espanha.


Mesmo com o Produto Interno Bruto (PIB) tendo crescido mais que o esperado, 1,2% no primeiro trimestre, o avanço econômico apenas zerou as perdas da pandemia. O Brasil voltou ao patamar do quarto trimestre de 2019, mas ainda está 3,1% abaixo do ponto mais alto da atividade econômica, registrado em 2014, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e essa recuperação não é percebida pela maior parte da população.


Segundo Daniel Duque, a grande perda de empregos na pandemia ainda não foi recuperada e está longe de acontecer.

“Já a inflação, em que pese estar ainda longe dos dois dígitos, também está bem distante da meta no momento.” Daniel Duque

A taxa de desemprego atingiu 14,7%, recorde da série histórica do IBGE, iniciada em 2012. Os desalentados (pessoas que desistiram de procurar emprego) são seis milhões de pessoas.


A pressão da energia elétrica fez a inflação acelerar em maio, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O indicador subiu 0,83% e 8,06% no acumulado dos últimos 12 meses, e está acima do teto para esse ano, de 5,25%.


Duque ainda completa que os preços das commodities (os produtos básicos dos quais o Brasil depende nas exportações) e a falta de apreciação cambial têm levado a alta nos preços dos alimentos.

Metade dos jovens brasileiros querem deixar o Brasil

Sem emprego e perspectivas, 47% jovens querem deixar o Brasil, segundo estudo do Atlas da Juventude e da FGV. O estudo revelou que 70% dos jovens têm dificuldade encontrar trabalho e que entre os países da América Latina, os jovens veem o Brasil com menos chances de progredir trabalhando.


De 2014 a 2019, os jovens com idade entre 20 e 24 anos tiveram perda na renda cinco vezes maior que a média nacional, os adolescentes tiveram sete vezes. Com a chegada da pandemia de Covid-19, a desocupação dos jovens entre 15 e 29 anos saltou de 49,4% para 56,3%.


Os desempregados entre jovens que têm 18 a 24 anos subiu novamente no primeiro trimestre de 2021 e alcançou 31%, o percentual é o segundo maior da história. O resultado só fica atrás do 3° trimestre de 2020, quando teve 31,4%.


Com informações da Folha de S.Paulo

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