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Rodrigo Pilha foi espancado e torturado na Papupa, diz reportagem

Atualizado: 3 de mai. de 2021


O jornalista e militante do Partido dos Trabalhadores, Rodrigo Pilha, está preso há 41 dias na Papuda/DF - (Imagem: Agência PT)

De acordo com uma reportagem da Revista Forum, Rodrigo Pilha, jornalista e militante do PT, foi torturado e espacado ao chegar no presídio da Papuda, em Brasília. Ele foi preso por segurar uma faixa chamado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de "genocida".



Segundo a Forum, Pilha foi levado após a prisão para a Polícia Federal, onde foi tratado cordialmente. Porém, ao chegar no Centro de Detenção Provisória (CDP), a sessão de chutes, socos e pontapés foi iniciada. Segundo pessoas próximas do jornalista, ele relatou que o agente que o agredia falava coisas como: "com 43 anos não tem vergonha de ser um vagabundo petista? Bolsonaro veio para que gente como você tome vergonha na cara."


Ainda segundo relatos da revista, na cela, os agentes penitenciários seguiram os espancamentos. Eles deixaram todos os detentos nus e os agrediram dizendo que Pilha era a razão pela qual todos estavam apanhando, em clara tentativa de estimular a violência dos demais detentos contra o petista. Com ele foram ainda mais cruéis, jogaram sabão em pó e água em sua cabeça e o sufocaram com um balde.


Sem contato com a família


Em entrevista ao Fórum Onze e Meia, o irmão de Pilha, Érico Grassi, afirmou que todas as informações repassadas pela reportagem da Fórum estão de acordo com os acontecimentos relatados por seu irmão. Nenhum membro da família teve contato com o petista até 22 dias após a prisão e ele precisou contar com a solidariedade de outros detentos para se vestir e ter acesso à itens de higiene e alimentação.


“A família sabia dessas violações já há muito tempo. Aqueles meus desabamentos nas lives e entrevistas não era só pela situação da detenção dele, ele estava tendo os seus direitos violados. Que bom que já surtiu algum efeito institucional. Indo pelas vias técnicas e jurídicas a gente não está avançando em absolutamente nada. O Rodrigo não teve nenhum benefício concedido pra ele até agora”, afirmou Érico.

Semi aberto


Após conseguir contato com a família, advogados conseguiram que a justiça concedesse autorização para que Rodrigo saia diariamente da Papuda para trabalhar, o que é um direito de todos os presos em regime semi aberto. Porém, até o momento, este foi o único avanço conquistado. Segundo informações, foi tentada uma reversão para prisão domiciliar, defendida pelo Ministério Público, mas negada pelo juiz responsável.


“Chegamos ao cúmulo de ver o Ministério Público, que é o órgão acusador, recomendar uma progressão, para que ele fosse para uma (prisão) domiciliável e você vê juiz negando. Esse caso é icônico para mim, não se isso é comum acontecer, eu nunca tinha visto isso”, diz Grassi.

Apoio


O presidente do PSB-DF, Rodrigo Dias, defendeu que o manifestante seja solto imediatamente e que a denúncia de tortura e espancamento seja apurada com todo o rigor.



"É um verdadeiro absurdo que casos como esse aconteçam em qualquer sociedade democrática. Rodrigo Pilha é um cidadão e como tal, tem direitos que, aparentemente, estão sendo sistematicamente revogados. Tortura, agressões, isso é inadimissível", afirmou.

Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), ex-governador de Brasília, também manifestou solidariedade. Ele também repudiou qualquer ato de violência que possa ter sido cometido contra o militante petista.


"A prisão do Rodrigo Pilha é um absurdo total, um atentado à democracia. E essa denúncia de que foi espancado na prisão é gravíssima e deve ser apurada. Os mandantes e quem executou precisam ser punidos", escreveu.


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