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PSB-DF nas Eleições 2022: Francisco Quirino, juventude em defesa da educação


(Imagem: Acervo pessoal)

"Sou a prova viva de que o caminho para a justiça social é a inclusão e a oferta de políticas públicas de qualidade. Quero ajudar outros meninos e meninas a terem as mesmas oportunidades que tive e tenho até hoje."

Com essa frase Francisco Alves Quirino diz muito sobre si mesmo. Pernambucano residente em Brasília, ele acredita na política transformadora e no potencial da educação em mudar o destino dos jovens brasileiros.


Francisco é estudante da Universidade de Brasília (UnB) e pretende ser uma voz, dentro da Câmara Legislativa do Distrito Federal, em defesa do ensino superior público, gratuito e de qualidade, o que inclui aspectos como saúde mental dos estudantes, transporte público e mobilidade e incentivo ao esporte e à ciência.


Como admirador e conhecedor do trabalho de Miguel Arraes e Eduardo Campos como gestores em sua terra natal, afirma que jamais poderia estar em outro partido que não o PSB. E, em 2022, será pela sigla que Francisco irá concorrer ao cargo de deputado distrital.


O PSB-DF promove, ao longo do segundo semestre de 2021, uma série de entrevistas com futuros pré-candidatos e pré-candidatas das eleições de 2022 para divulgar o trabalho e a luta deste grupo comprometido com a cidade e com a população do DF.



PSB-DF: Conte um pouco sobre sua trajetória. Quais momentos de sua vida foram mais determinantes para que ingressasse em um partido político?

Francisco: Sempre fui um apaixonado por política, pela boa política, como a que é feita pelo PSB. Desde muito cedo sempre tive curiosidade de aprender sobre os partidos, os parlamentos, as eleições e as administrações e assim nasceu o sonho de um dia poder ocupar algum destes espaços e poder colaborar para a transformação do Brasil num país mais justo.

Tenho 20 anos, estudo Gestão de Políticas Públicas na UnB, sou servidor público distrital, sempre estudei em – excelentes - escolas públicas, atuei no movimento estudantil desde o ensino fundamental, participei de programas transformadores como o Câmara Mirim, o Parlamento Jovem Brasileiro e U-Report Brasil do Unicef, e fui medalhista de Olimpíadas do conhecimento, como a de Matemática das Escolas Públicas (criada por Eduardo Campos quando Ministro da Ciência e Tecnologia), a de Língua Portuguesa e a de Saúde e Meio Ambiente.

Nasci e cresci em Pernambuco, Estado que mudou os destinos de sua gente a partir das gestões de Arraes e Eduardo. Não poderia me identificar com outro partido senão com o PSB e por isso me filiei à legenda aos 16 anos. Assim como o nosso governador Rollemberg, me orgulho de dizer que tenho no PSB o meu primeiro e único partido!

PSB-DF: Hoje você diria que sua(s) principal(ais) pauta(s) é(são)?

Francisco: Como estudante da UnB, oriundo da escola pública, migrante nordestino e de origem humilde, quero me colocar à disposição do povo brasiliense para defender um ensino superior público, gratuito e de qualidade, que permita à nossa juventude sonhar com um futuro digno e com um país mais justo. Combater as desigualdades que assolam o Distrito Federal passa também por tornar as nossas instituições de ensino superior (a UnB e as demais faculdades públicas e privadas) mais diversas, inclusivas, onde os mais pobres possam enxergar esperança numa realidade tão injusta como a que ainda temos.

PSB-DF: Em sua opinião quais principais desafios que essa temática enfrenta?

Francisco: A educação vive um cenário de ameaças e ataques constantes. Nem Bolsonaro nem Ibaneis priorizam o tema, viram as costas para os professores e para as reivindicações estudantis. A UnB vem sendo vítima de cortes em seu orçamento, comprometendo inclusive o custeio de despesas básicas. Os ministros que se sucedem no comando do MEC são apenas o reflexo deste grupo político despreparado e mal intencionado. Acredito que ter uma voz na CLDF em defesa da comunidade acadêmica da Universidade de Brasília e das demais instituições de ensino superior, especialmente dos estudantes, será um instrumento não somente de representação e de fortalecimento das lutas e demandas deste público, mas também uma chance de se levar mais qualidade no transporte público, garantir e ampliar o Passe Livre, promover a saúde mental, apoiar a cultura, o esporte e a ciência dentro da Universidade e das nossas faculdades!

PSB-DF: O PSB tem atuado com destaque como grande opositor do governador Ibaneis, inclusive com ações judiciais contra o chefe do Executivo e o GDF. Por outro lado, o governador, se justifica afirmando que seu mandato foi interrompido pela pandemia e diz que "não deve nada". Em sua opinião, quais foram/são os principais erros de Ibaneis durante a gestão da pandemia?

Francisco: São muitas as falhas e as omissões de Ibaneis e de seu governo em relação à pandemia no DF, assim como ocorre com o seu aliado Bolsonaro no nível nacional. A conivência com a corrupção e com o negacionismo, a demora na tomada de decisões cruciais, os relaxamentos em momentos inadequados e a falta de coordenação, como vimos no início da vacinação, são só alguns dos exemplos da péssima condução que o GDF tem dado neste momento difícil de nossa história. O trabalho da CPI do Senado está sendo fundamental para desvendar os desmandos e os erros da gestão da pandemia no governo federal, pena que na CLDF a realidade seja outra e a maioria dos parlamentares não está interessada em investigar as falhas nesta crise – já que boa parte deles não apoiou a criação da CPI distrital. Mais um motivo para que a população preste muita atenção em quem escolherá como seus representantes no próximo ano, elegendo candidatos que tenham um compromisso inegociável com a democracia, a vida e a cidadania.

PSB-DF: Além da Saúde, que outros problemas você identifica na gestão atual?

Francisco: O governo Ibaneis não tem conseguido, até o momento, deixar nenhum legado para a população candanga. A sensação de insegurança aumenta a cada dia, os casos de feminicídio e de violência contra a mulher, especialmente, dispararam. As cidades mais pobres, como a Estrutural, a Fercal e o Itapoã, não têm sido priorizadas na realização de obras de infraestrutura. O cenário de desemprego e exclusão econômica ficou evidenciado na pandemia, mas já não vinha sendo enfrentado antes dela. Na assistência social, falta estrutura, equipamentos e valorização dos servidores e a SEDES retrocedeu ao primeiro-damismo do início do século XX, com a nomeação da esposa do governador. O tratamento dado aos servidores públicos é outro ponto crítico desta gestão. Os funcionários têm se empenhado muito neste período, isso é evidente, mas falta vontade política e disposição do governo em valorizar e dignificar o trabalho das carreiras e colocar os servidores como protagonistas da construção de políticas públicas mais qualificadas para a nossa população. Ao invés de lotear as secretarias para os que quase sempre mandaram no GDF, o governador poderia cumprir a sua promessa de campanha e nomear servidores de carreira para pelo menos 70% dos cargos comissionados. Ele sequer cumpre a LODF que estabelece um mínimo de 50% de efetivos nos cargos em comissão. Mais do que isso, ajuíza ação no STF contra esta regra. Vemos então que honrar a palavra (a principal arma de um político, como bem diz o governador Márcio França) não é prioridade desta gestão.

PSB-DF: Qual sua avaliação do governo Bolsonaro até o momento?

Francisco: Sem dúvida é o pior governo que o Brasil já teve. Não bastasse a incompetência de um parlamentar que em quase três décadas de mandato não entregou praticamente nada de útil à nossa população, temos de encarar no cargo mais importante da nação, todos os dias, um homem desumano, preconceituoso, afeito ao autoritarismo e aliado da desinformação, que ofende os Poderes da República, a democracia, a imprensa e os grupos minoritários. Não bastasse isso, estamos à mercê de uma equipe de governo que traz mais retrocessos que avanços, em praticamente todos os Ministérios da Esplanada, da Educação ao Meio Ambiente, dos Direitos Humanos à Economia.

PSB-DF: O DF elegeu Bolsonaro com 70% de votos em 2018. Acha que essa tendência de voto na direita se mantém em 2022? Como, estando em um partido de esquerda, chegar a esse eleitorado mais "conservador"?

Francisco: As eleições municipais apontam sempre uma prévia do comportamento do eleitorado para a eleição presidencial. Foi assim em 2016 com o sentimento de rejeição ao Partido dos Trabalhadores, confirmado em 2018 com a derrota de Haddad. Em 2020 a esmagadora maioria dos candidatos alinhados ao bolsonarismo amargou derrotas consideráveis, como Celso Russomano em São Paulo e o bispo Crivella no Rio. Embora o DF não possua eleições municipais, é de se esperar que a maioria de nossa população também volte atrás da sua legítima escolha de 2018 e vire esta página, pondo um fim nesta quadra de ódio e desgoverno. É crucial que nós, do campo progressista, assumamos uma postura de humildade e realismo, nos reorganizando e nos reaproximando das nossas bases, assumindo uma postura firme contra a corrupção e a violência e a favor de governos responsáveis e conectados com as demandas da sociedade. Para o PSB esta tarefa será mais fácil, uma vez que sempre representamos estes valores no nosso espectro. Os candidatos da direita, como do MDB de Ibaneis e Filipelli e do PL dos Arruda, não surfarão mais na onda bolsonarista e estão sujeitos aos questionamentos da população por suas responsabilidades na atual situação do país.

PSB-DF: Qual mensagem você deixaria para conscientizar as pessoas da importância do voto consciente e da participação política?

Francisco: O nosso país aprendeu, da pior forma, a importância de não se votar apenas com o rancor ou a desesperança. Doutor Ulysses Guimarães costumava dizer que política não se faz com o fígado. E numa eleição temos que aprender a escolher o melhor, não o menos pior ou o que antagoniza com aquele que a gente não gosta. Não basta querer votar, temos que votar bem. Um voto tem muita consequência e pode impactar positiva ou negativamente durante todos os dias, por quatro anos. Não votar é uma escolha dos que já não têm mais esperança, mas é preciso não deixar a esperança morrer. Dias melhores virão. Nós já enfrentamos situações ruins, como crises econômicas e ditaduras, iremos superar mais este momento delicado. Pra isso é importantíssimo o voto consciente de nossa população. Mais do que isso, é importante que qualquer cidadão, especialmente os mais humildes, possam sentir que também podem ser políticos, que também podem representar o povo. É essencial uma reforma político-eleitoral que garanta mais oportunidades de acesso de mulheres, negros, trabalhadores, estudantes e jovens aos cargos públicos. Estamos cansados de ver uma maioria de homens, brancos e ricos ocupando estas funções. O povo de Brasília e o povo brasileiro são plurais e esta pluralidade deve ser replicada em nossos legislativos e executivos. Gostaria de encerrar com uns versos do poeta Dedé Monteiro, de Pernambuco, que retratam bem dois pontos que conversamos aqui: a capacidade de emancipação social através da educação e a importância de um ensino de qualidade para a formação de eleitores conscientes e políticos responsáveis. Só a educação pode mudar nossa realidade política pra melhor. O poeta diz assim: “Sem escolas, sem roupas, pão nem tetos/ São milhões de crianças infelizes/ Cujas almas são meras cicatrizes/ Cujos corpos são meros objetos/ É melhor fabricar analfabetos/ Que dão menos trabalho pra votar/ Que gastar com escola e preparar/ Os possíveis futuros concorrentes/ Assassina Brasil, teus inocentes/ E depois tu terás por quem chorar”.


Você pode acompanhar o trabalho desenvolvido pelo ativista e militante Francisco Alves Quirino por meio de suas redes sociais:


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