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País supera 450 mil mortes por Covid-19 e Bolsonaro passeia em clima de campanha


(Imagem: Reprodução\ PSB Nacional)

No momento em que o Brasil chora a perda de mais de 450 mil vidas por Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) viaja o país, promove aglomerações e comete diversas irregularidades em passeios de moto ou a cavalo. No último domingo (23), reuniu apoiadores no Rio de Janeiro e discursou em tom de campanha eleitoral.

As viagens pelo país têm se tornado mais comuns após Bolsonaro se sentir pressionado pela queda de sua popularidade em pesquisas de opinião recentes.


Somente em abril, mês mais letal da pandemia no país, Bolsonaro cumpriu seis agendas fora de Brasília. Em maio, até o momento, elas já somam oito.

A “motociata”, uma espécie de carreata puxada por motoqueiros, teve cerca de 60 quilômetros e a participação de 10 mil a 15 mil pessoas no Rio.

Sem máscara, Bolsonaro fez um discurso de pouco mais de cinco minutos. Ao lado dele no palanque, também sem usar máscara, estava o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que na última semana atuou para blindar Bolsonaro de responsabilidade pelas falhas do país no combate à pandemia ao depor na CPI da Covid. As regras militares proíbem a participação de oficiais da ativa, como ele, em atos políticos. E, por isso, Pazuello deverá responder processo interno, aberto pelo alto comando militar após a repercussão da atitude do general.

Críticas e ameaças

Em sua fala, o presidente voltou a criticar as medidas restritivas adotadas para conter a pandemia da Covid-19 e disse que pode tomar “todas as medidas necessárias” para garantir a liberdade da população, o que, em outras palavras, significa permitir o desrespeito às regras de prevenção ao vírus.

Bolsonaro voltou a atacar governadores e prefeitos, afirmando que eles ignoram a maioria da população, ameaçou publicar uma norma para impedi-los de fechar comércio ou limitar atividade econômica durante a crise sanitária, e mais uma vez usou a expressão “meu Exército”, o que já gerou incômodo entre militares.

Sequência de infrações e ataques à imprensa

Além da ausência da máscara no passeio, acessório obrigatório em todo o Estado, e a formação de aglomerações, outros sete decretos, artigos do código penal e do Código de Trânsito foram descumpridos por Bolsonaro e seus apoiadores: Infração de medida sanitária; Uso de capacete incorreto; Placas de moto escondidas; Falta do uso de cinto de segurança; Corpo para fora do carro; Manifestação de militar da ativa e Pedido de intervenção militar.

Como já ocorreu em outros atos bolsonaristas, a imprensa voltou a ser alvo de hostilidade neste domingo. O repórter da CNN Brasil Pedro Duran foi xingado de “lixo” por dezenas de manifestantes e teve que ser escoltado por policiais militares. Ele deixou o local em uma viatura da PM, que mobilizou mil policiais para acompanhar a atividade presidencial.

A CNN Brasil divulgou cálculos que mostram que a “motociata” promovida por Bolsonaro custou R$ 485 mil aos cofres do Rio de Janeiro.

O encontro foi convocado por Bolsonaro nas redes sociais mesmo depois de a Superintendência de Vigilância Sanitária do Maranhão o autuar por aglomerações durante visita de dois dias ao Estado.

Agenda de campanha

No final de semana anterior, Bolsonaro provocou aglomeração em um almoço com ruralistas – um dos setores mais fiéis ao presidente – em Brasília. O presidente visitou o Centro de Tradições Gaúchas (CTG), onde um grupo o recepcionou com duas panelas de risoto de carneiro.

Transmissão feita em rede social pelo deputado Vitor Hugo (PSL-GO) mostra Bolsonaro abraçando e cumprimentando os apoiadores, descumprindo, mais uma vez, regras sanitárias de combate à covid-19.

No mesmo dia, ruralistas do Movimento Brasil Verde e Amarelo organizaram manifestação que reuniu alguns sindicatos e associações rurais, e evangélicos, com a Marcha da Família Cristã pela Liberdade. Bolsonaro e ministros participaram. Os apoiadores do presidente seguravam faixas e cartazes com palavras de protesto contra a CPI da Covid e o Supremo Tribunal Federal. Em uma faixa, em inglês, havia a mensagem inconstitucional: “Intervenção militar com Bolsonaro no poder”.

Também de moto e sem usar máscara, o presidente mobilizou no Dia das Mães, 9 de maio, centenas de motoqueiros para um passeio de apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, em Brasília. Ao final do passeio, Bolsonaro cumprimentou apoiadores ao lado da entrada da residência oficial, contrariando mais uma vez recomendações sanitárias para a contenção da Covid. No dia 10 de maio, o presidente realizou outro passeio de moto pela periferia do Distrito Federal, durante o qual também desrespeitou as regras de proteção.

Médicos e especialistas da saúde têm alertado sobre a possibilidade de uma terceira onda da pandemia no Brasil. A cidade do Rio está neste momento com 95% dos leitos de UTI públicos ocupados.

Com informações do Globo



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