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Lula fala de chapa com Alckmin e descarta golpe de Bolsonaro

Reconhecendo a importância do trabalho da mídia independente, principalmente ao longo dos últimos anos, o ex-presidente Lula (PT) concedeu sua primeira entrevista coletiva de 2022 na manhã desta quarta-feira (19) à veículos de comunicação independentes como Brasil 247, Revista Fórum, Brasil de Fato, Rede Brasil Atual, Jornalistas Livres, DCM, GGN, Blog da Cidadania e Tutameia.


Na abertura da entrevista, Lula pediu que os jornalistas fossem “mais francos possíveis nas perguntas” e que não haveria veto ou censura”.


“Vocês devem considerar isso aqui uma conversa em que vocês terão os mais francos possíveis nas perguntas. Não existe veto, não existe censura, não tem pergunta ruim, o que pode ter é resposta insatisfatória”, disse Lula.


Liderando as pesquisas de intenção de votos após ser perseguido pela mídia liberal e preso injustamente por 580 dias por ordem de Sergio Moro (Podemos), o petista elogiou a postura dos jornalistas independentes.


“Quero considerar isso aqui uma conversa muito verdadeira entre as pessoas mais significativas da chamada imprensa alternativa nesse país. As pessoas que ajudaram a reestabelecer o processo de democracia desse país. As pessoas que têm denunciado constantemente os descalabros do que está ocorrendo no Brasil”, disse.

Chapa Lula e Alckimin

Lula falou sobre sua possível aliança com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (sem partido). O ex-tucano é cotado para ser o candidato a vice-presidente em uma chapa encabeçada pelo petista.


“Só não temos falado do assunto o Alckmin e eu. Você vê todo mundo dar palpite, mas não vê uma fala minha e do Alckmin. Por uma razão simples: ele saiu do PSDB e não definiu para onde ele vai. E eu não defini se sou candidato. Então não pode ter candidato nem vice”, declarou.


Lula sinalizou, em seguida, que pode sim se unir ao ex-tucano em nome da governabilidade de seu eventual terceiro mandato.

“Não sou candidato para ser protagonista, sou candidato para ganhar as eleições, e num momento em que o Brasil está infinitamente pior do que em 2003, quando tomei posse. Ganhar as eleições é mais fácil que governar, e governar significa que você tem que adquirir uma possibilidade muito grande de conversar com as pessoas. Por isso precisamos fazer alianças”. Luiz Inácio Lula da Silva

Lula descarta possibilidade de golpe

O ex-presidente também disse que quer reestabelecer a democracia no Brasil e afastou qualquer possibilidade de golpe de Jair Bolsonaro (PL).


“É assim que vou governar, ouvir mais o povo brasileiro. O PT é meu partido, mas não vou ser candidato do PT. Quero ser candidato de um movimento que esteja disposto a resgatar a decência, a dignidade e o direito do povo ser feliz e viver dignamente. É esse movimento que vai reestabelecer a democracia, que vai dar um golpe na urna em Bolsonaro”, afirmou, após ser confrontado por Luis Nassif sobre a existência de milícias e os riscos da eleição.


Em seguida, Lula afirmou que não adiante Bolsonaro esbravejar, pois terá que deixar o governo, caso perca as eleições.

“Esse negócio dele ficar bravo, dizer que não sabe se vai entregar, não sabe se vai aceitar. Não! Ele, calminho, pode até sair pela porta dos fundos como fez Figueiredo, mas quem ganhar vai tomar posse e presidir esse país”. Luiz Inácio Lula da Silva

‘Bolsonaro é submisso’

Lula ainda frisou que o governo Bolsonaro (PL) está completamente entregue ao Centrão, que domina o Congresso Nacional. O ex-presidente lembrou que Bolsonaro foi eleito com o discurso de acabar com a suposta ‘velha política’, mas agora cai em total contradição. “Não conheço na história da República brasileira um presidente tão submisso ao Congresso Nacional como está o Bolsonaro”.


“Não é submisso a um Congresso Nacional democrático, que pensa o Brasil desenvolvido, estudado, evoluído. Não. É submisso àquilo que tem de mais atrasado na política brasileira, a ponto de subordinar o orçamento, que deve ser dirigido pelo governo federal, a um senador, eleito por um partido político da base do governo. Isso nunca tinha acontecido no Brasil”, declarou.

Relações com EUA de Joe Biden

Lula ressaltou que exigirá respeito dos Estados Unidos caso volte ao poder e ainda fará com que o país respeite o direito dos brasileiros de crescerem.


“Como é que eu vou tratar os Estados Unidos? Trato com o respeito que eu acho que eles merecem, mas quero que me tratem com o respeito que o Brasil merece. Eles têm que compreender que o Brasil é o país mais importante da América Latina, o maior em população, o maior economicamente e o Brasil tem interesse em crescer junto com todos os países da América Latina e da América do Sul. E o Brasil pode ser um grande protagonista”, afirmou.


“O que os Estados Unidos precisam aprender é que o Brasil não é serviçal deles. O Brasil é um país soberano, que define sua política externa. Da mesma forma que o Brasil respeita a política externa dos Estados Unidos, queremos que eles respeitem a política externa do Brasil. É só isso. Não somos quintal de ninguém. Isto vale para os Estados Unidos, para a China, para a Índia e para a Rússia. Respeito é bom, a gente gosta de dar e gosta de receber. É isso que posso falar para os Estados Unidos”, completou.

Lula lidera corrida presidencial

De acordo com pesquisa Ipespe divulgada na última sexta-feira (14), o ex-presidente segue na liderança da corrida eleitoral pelo Palácio do Planalto em 2022. Com 44% das intenções de voto, ele poderia ganhar o pleito no 1º turno.


Na sequência aparecem Jair Bolsonaro (PL), com 24%, Sergio Moro (Podemos), com 9%, Ciro Gomes (PDT), com 7%, João Doria (PSDB), com 2%, Simone Tebet (MDB), Rodrigo Pacheco (PSD) e Felipe D’Avila (Novo), com 1%.


Em relação ao estudo anterior do mesmo instituto, Lula manteve o mesmo patamar (44%) no teste estimulado. A distância para Bolsonaro também ficou no mesmo nível. O atual presidente tinha 24% em dezembro.

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