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Locaute: paralisação não é organizada por caminhoneiros, mas por setores do agronegócio


(Imagem: Socialismo Criativo)

Há paralisação de caminhoneiros bolsonaristas em ao menos 15 unidades da Federação. A informação é do Ministério da Infraestrutura, que divulgou boletim na madrugada desta quinta-feira (9) sobre a situação do protesto de caminhoneiros e informou que foram registrados pontos de concentração em rodovias federais de 15 estados.



Não se trata de uma greve da categoria de caminhoneiros, mas de uma paralisação organizada por empresas ligadas ao agronegócio. O presidente do Sindicatos dos Transportadores Autônomos de Carga de Goiás (Sinditac-GO), Vantuir Rodrigues, afirmou que os bloqueios que iniciaram nesta quarta-feira (8) não são liderado pelos líderes da categoria, mas sim pelo agronegócio.


“O caminhoneiro autônomo não está participando. Nada dessa pauta nos interessa. Quem está parado é do agronegócio. O agronegócio que quer destituir o STF, que está fazendo uma manifestação pró-governo. Só que estão usando a categoria como bode expiatório”, afirmou Vantuir.


De acordo com ele, poucos dos caminhoneiros que estão parados na Esplanada dos Ministérios e em rodovias de 15 Estados brasileiros são motoristas autônomos. “O resto é celetista, tem carteira assinada e o patrão manda ir para Brasília, mas dizem que são autônomos para livrar o agronegócio”.


Ao Metrópoles, Vantuir afirmou que os participantes do ato são celetistas e ligados a grandes empresas. “Os caminhoneiros estão participando na marra. Eles são vinculados a grandes empresas, celetistas, não são os autônomos. Se tiver um ou outro autônomo, é porque eles pagaram”.


Um dos representantes do movimento Galera da Boleia da Normatização Pró-Caminhoneiro (GBN), Joelmes Correia, disse ainda que “o chamado veio do agronegócio. Os fazendeiros, plantadores de soja e milho são proprietários de uma grande frota de caminhões e os caminhoneiros que prestam serviço a esse pessoal têm uma situação financeira melhor, acreditam nessas pautas e acabaram aderindo”.

A novela de Zé Trovão e o áudio de Bolsonaro

O caminhoneiro bolsonarista Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão, gravou vídeo, no fim da noite desta quarta-feira (8), logo após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) enviar áudio à categoria pedindo o fim dos bloqueios nas estradas no Brasil.

No vídeo, o caminhoneiro, que está com pedido de prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), faz apelo a Bolsonaro:


“Presidente, o povo precisa do senhor. O senhor está nos convocando desde o começo do ano. Presidente, pelo amor de Deus, estão atacando nosso povo aí em Brasília. O senhor é nossa única salvação. Faz o que tem que ser feito, pelo amor de Deus”, disse.


Em outra gravação, feita na madrugada desta quinta-feira, Zé Trovão questiona a autenticidade do áudio de Bolsonaro e pede uma confirmação do posicionamento do presidente. “Se o senhor quer realmente isso, peça diretamente para nós. Nós estamos aqui, sempre apoiamos o senhor. Veja bem tudo o que está acontecendo. A gente precisa resolver tudo isso. Precisamos de uma resposta do senhor. Se é para abrir, faça um vídeo, fale data e hora e nos peça, daí a gente vai atender o senhor”, ressaltou.

Ministro Tarcísio confirmou

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, divulgou vídeo em suas redes sociais, às 22h38 desta quarta-feira, em que confirma a autenticidade do áudio de Bolsonaro: “bom, esse áudio é real, é de hoje e mostra a preocupação do presidente com a paralização dos caminhoneiros”.


O ministro diz ainda que “essa paralisação ia agravar efeitos na economia, de inflação, que ia impactar os mais pobres, os mais vulneráveis. Nós já temos hoje um efeito nos preços dos produtos em função da pandemia. A inflação hoje tem uma componente internacional e uma paralização vai trazer desabastecimento, vai acabar impactando os mais pobres e os mais vulneráveis e prejudicando a situação”.


“A gente não pode tentar resolver um problema criando outro. O presidente fala que a solução dos problemas vai se dar através do diálogo das autoridades. Vamos confiar nesta condução, n diálogo e vamos em frente”, encerrou o ministro.

Áudio de Bolsonaro

Bolsonaro enviou nesta quarta, mensagem de áudio a representantes do movimento golpista que o apoia pedindo para que os caminhoneiros suspendam as paralisações de vias e estradas.


“Fala para os caminhoneiros aí que [eles] são nossos aliados, mas esses bloqueios aí atrapalham a nossa economia. Isso provoca desabastecimento, inflação, prejudica todo mundo, em especial os mais pobres. Então, dá um toque nos caras aí, se for possível, para liberar, tá ok? Para a gente seguir a normalidade”, diz Bolsonaro no áudio.


“Deixa com a gente em Brasília aqui agora. Não é fácil negociar, conversar por aqui com outras autoridades, não é fácil. Mas a gente vai fazer a nossa parte aqui, vamos fazer a nossa parte aqui, tá ok?”, prossegue o presidente, um dia depois de afirmar que não respeitaria mais decisões do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e incitar uma ruptura institucional.


Com informações do Poder 360 e do Metrópoles

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