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Fundador do PSB, Miguel Arraes completaria 105 anos hoje


Imagem: Reprodução

Por Mariane Del Rei, Socialismo Criativo


O fundador e ex-presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB), Miguel Arraes, completaria 105 anos nesta quarta-feira (15). Líder histórico da esquerda brasileira, Arraes nasceu no dia 15 de dezembro de 1916 em Araripe, Ceará, mas fez carreira política em Pernambuco, onde foi eleito governador três vezes.


Miguel Arraes foi advogado, economista e político. Arraes entrou para a vida pública em 1948, quando aceitou o convite do então governador de Pernambuco, Barbosa Lima Sobrinho, para ocupar o cargo de secretário estadual da Fazenda. Dois anos depois, disputou eleição para deputado estadual e ficou na suplência. Em 1958, conquistou a vaga de titular.


Em 1959, voltou à Secretaria da Fazenda e foi eleito prefeito do Recife. Como prefeito, criou o Movimento de Cultura Popular – um programa para educar jovens e adultos pobres da periferia do Recife, que tiveram também os primeiros contatos com a pintura, a poesia e o teatro.


Em 1962, conquistou o governo de Pernambuco pela primeira vez. Como governador, ampliou o MCP e sentou, na mesma mesa, trabalhadores da cana de açúcar e usineiros, celebrando uma negociação entre patrões e empregados que ficou conhecida como o “Acordo do Campo”. Foi esse pacto que regularizou os salários dos canavieiros e estabeleceu regras trabalhistas, distensionando assim os conflitos sociais que tanta violência geraram.


Criou programas de irrigação e de eletrificação rural de pequenas prioridades, abriu linhas de crédito agrícola e criou o programa Chapéu de Palha, até hoje em funcionamento, e que garante emprego e renda para os trabalhadores rurais da Zona da Mata durante a entressafra da cana-de-açúcar.


Filiado ao Partido Social Trabalhista (PST), aliado do ex-presidente João Goulart, exercia seu primeiro mandato como governador de Pernambuco, quando, no dia 1º de abril de 1964, foi deposto pelo Exército brasileiro.



Antes do golpe, sua gestão foi marcada pelo apoio à população mais pobre e enfrentamento aos abusos trabalhistas de usineiros na região. Preso e enviado à detenção na ilha de Fernando de Noronha, cerca de um ano e meio depois, teve acatado um pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF). Daí partiu para o exílio. Miguel Arraes foi recebido na Argélia, no norte da África, em 1965, onde permaneceu por 14 anos.


Durante o período de exílio, continuou sendo vítima dos abusos da ditadura no Brasil. Teve a casa invadida por civis armados à procura de seus documentos pessoais e, mesmo em outro continente, foi condenado à revelia, pela Justiça brasileira pelo crime de “subversão”, em março de 1967. A pena prevista era de 23 anos de prisão.


Voltou ao Brasil em 1979, beneficiado pela anistia política. Em 1982, elegeu-se deputado federal pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Em 1986, ainda filiado ao PMDB, Miguel Arraes foi eleito pela segunda vez governador de Pernambuco.


Em 1990 fundou o PSB, pelo qual conseguiu, por mais uma vez, ser eleito deputado federal. Foi governador pela terceira ocasião em 1994, ao derrotar o segundo colocado no pleito com uma diferença de mais de 300 mil votos. Em 1998, perdeu as eleições e não conseguiu se reeleger. Em 2002, foi eleito mais uma vez deputado federal.


Morreu aos 88 anos, em 13 de agosto de 2005, no exercício de seu último mandato político. Três anos depois, em 2008, sua viúva Magdalena Arraes criou o Instituto Miguel Arraes com o objetivo de preservar a memória do ex-governador.



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