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Enem 2021 prejudicará os mais pobres e deverá ser o menor da história


(Imagem: Divulgação/Enem)

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2021 deverá ser o menor de toda a história brasileira. A redução de 44% nas inscrições para o exame é reflexo da recusa do governo Bolsonaro (sem partido) de isentar a inscrição dos estudantes mais pobres.


O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou, na quinta-feira (15), que o Enem deste ano teve 4.004.764 pessoas inscritas, menor número desde 2007. No entanto, para concluir a inscrição é preciso pagar a taxa, o que significa que o número pode ser menor ainda.


Como os estudantes das classes mais baixas não podem pagar a taxa de R$ 85 para se inscrever e o governo se recusou a isentar quem faltou nas provas no ano passado por medo do novo coronavírus, a abstenção foi recorde, mais da metade dos 5,8 milhões de inscritos faltou, o Enem 2021 será o menor em 13 anos.

Descaso com a educação brasileira

A não isenção da taxa de inscrição exclui os estudantes mais pobres do exame que é a principal porta de entrada para o ensino superior público e critério de acesso a bolsas do Programa Universidade para Todos (ProUni) e contratos do Financiamento Estudantil Fies).

A Defensoria Pública da União chegou a ingressar com ação judicial para tentar garantir a isenção para os faltosos, mas não conseguiu. ​A Frente Parlamentar Mista de Educação divulgou nota em que classifica como tragédia para o país o baixo número de inscrições para o Enem.


“A redução é uma tragédia anunciada, principalmente por se assemelhar ao número de inscritos que faltaram a edição de 2020 realizada em janeiro deste ano, quando o exame teve mais de 2,8 milhões de ausentes”, diz trecho da nota.

Menor número desde 2007

O número de inscritos é o menor desde o Enem 2007, quando 3,57 milhões de participantes se inscreveram. Também é o menor desde que a prova adotou o formato atual, em 2009.

A quantidade de inscritos também é 34% menor do que no ano passado: em 2020, 6,1 milhões de pessoas se inscreveram no exame, e 5,8 milhões confirmaram a inscrição. Mais de 50% dos inscritos confirmados, entretanto, não fizeram a prova.

Enem excludente

Para o diretor-executivo da organização Todos Pela Educação, Olavo Nogueira Filho, o baixo número de inscritos tem diversos motivos. Um deles é o fechamento das escolas durante a pandemia.


“Acho que é reflexo fundamentalmente de duas questões: a primeira é a perda do vínculo com a educação e com os próprios estudos em função de um ensino remoto de baixíssima efetividade e com alcance limitado”, apontou.


Segundo o diretor, o segundo motivo é que é reflexo da necessidade de busca de renda por parte de muitos desses jovens. Outro ponto que contribuiu para a queda, diz o especialista, são as regras para obter isenção da taxa de inscrição, que preveem que, se um aluno que pede a isenção da taxa não comparecer ao exame, ele não tem direito a recebê-la no ano seguinte.


Entretanto, por causa da pandemia, mais da metade dos participantes não compareceu às provas de 2020. Para conceder novamente o benefício da isenção aos alunos que faltaram no ano passado, o Ministério da Educação (MEC) aceitava motivos como morte na família ou problemas de saúde, porém não o medo de contágio pela Covid-19.


Ou seja: quem deixou de fazer a prova porque não queria se expor a aglomerações perdeu o direito à isenção nesta edição.

Inércia do governo

Nogueira Filho afirma ainda que a inação do governo federal contribuiu para o atual cenário. “Nós estamos diante de um Enem que prejudicará os mais pobres, em função da pandemia, do ensino remoto que foi menos efetivo para os jovens mais pobres de maneira mais forte”, afirma.


Ainda segundo o especialista, quando o governo não toma, por exemplo, uma decisão de rever a regra da isenção da taxa, é essa falta de ação que é prejudicial. “O governo não enxerga o problema em termos um Enem que prejudica os jovens mais pobres, não parece estar incomodado com o fato de a gente ter, pelo segundo ano consecutivo, um Enem excludente”, diz Nogueira Filho.

Aplicação das provas do Enem 2021

Neste ano, diferentemente da edição anterior do Enem, as versões impressa e digital serão aplicadas nas mesmas datas (21 e 28 de novembro) e terão perguntas iguais. O Enem digital será exclusivo para quem já concluiu o ensino médio ou está concluindo essa etapa em 2021.


Dos inscritos, 3.903.664 deverão fazer a versão impressa. A versão digital teve as 101.100 vagas ofertadas preenchidas.

Disciplinas e horários

Como nos últimos anos, o Enem será aplicado em dois domingos.

21 de novembro

O candidato deverá fazer:

45 questões de linguagens;

45 questões de ciências humanas

uma redação.

28 de novembro

A prova tem meia hora a menos para o candidato responder a:

45 questões de matemática

45 questões de ciências da natureza.

Veja os horários de aplicação (no fuso de Brasília):

Abertura dos portões: 12h

Fechamento dos portões: 13h

Início das provas: 13h30

Término das provas no 1º dia: 19h

Término das provas no 2º dia: 18h30

Regras de prevenção à Covid-19

Será obrigatório que os candidatos usem máscara durante a prova para reduzir o risco de contaminação por Covid-19.

No edital, também há a determinação para o uso de álcool em gel na higienização das mãos.

De acordo com o edital do Exame, não seguir os protocolos de prevenção à Covid-19 é considerado critério de eliminação.


Com informações do G1 e da CUT

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