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Ação na justiça para impedir expurgo no acervo da Palmares


(Imagem: Sérgio Lima/Poder360)

Por Mariane Del Rei, Socialismo Criativo


A Coalizão Negra por Direitos ingressou na Justiça com Ação Civil Pública contra o atual presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo. A entidade requer que seja impedida a exclusão de obras do acervo da biblioteca da fundação, medida predatória comandada por Marco Frenette, amigo de infância de Camargo.

“A ação pretende defender a preservação do patrimônio cultural, social e histórico da população negra e da história de luta do movimento negro brasileiro, além do direito à memória coletiva a fim de assegurar e preservar o direito de continuidade da história”. Coalizão Negra por Direitos

A ação ressalta que Camargo pratica atos de improbidade administrativa e “promove ações deliberadas que podem ensejar a perda irreversível e imensurável do patrimônio cultural e histórico da população negra” e que “a honra e a dignidade da população afro-brasileira e também de patrimônio público e social serão violados caso obras sejam retiradas do acervo”.


Em ato de absoluta censura, Camargo promoveu a eliminação de obras do acervo da instituição, com a ameaça de retirar arquivos e obras de expoentes da luta do movimento negro e importantes intelectuais negros e negras.


“Independentemente de posicionamento político é necessário reconhecer a necessidade primária de proteger o legado da fundação para as próximas gerações e a manutenção da identidade da população negra brasileira, sendo cumprida sua finalidade constitucional”, afirma o texto.


Sob justificativa de que há obras no acervo que não correspondem à finalidade da fundação por serem “manuais de militância de esquerda” e “atrasadas”, Camargo quer impedir que gerações futuras tenham acesso à realidade da história do Brasil.


O secretário-distrital da Negritude Socialista Brasileira do DF (NSB-DF), Pablo Feitosa, classificou a ação de Sérgio Camargo como mais uma manobra nefasta do governo Bolsonaro para destruir a memória e cultura brasileira, não só dos negros, mas de toda a população.


"Todos nós sabemos que este governo é inimigo de tudo que é importante para o progresso da nação, incluindo a educação. Uma gestão criminosa e desastrosa que pretende acabar com a nossa memória para que as futuras gerações não saibam o quanto este grupo foi ruim para o país. Porém, não deixaremos. Nossa história seguirá viva e eles passarão", afirmou.

Suspensão do expurgo

O deputado federal Marcelo Freixo também ingressou com uma ação contra Sérgio Camargo, com o objetivo de evitar o expurgo de livros da instituição, que pretende retirar do acervo obras que vão de Karl Marx a Eric Hobsbawn, passando por Engels, Lênin, Max Weber e Celso Furtado, entre muitos outros.


A ação quer “a suspensão de exclusão de qualquer patrimônio da Fundação Cultural Palmares, especialmente os livros elencados no relatório e o retorno à Fundação, caso já tenham sido excluídos. O país já foi governado por presidentes de partidos de direita, de esquerda e de centro, que nunca questionaram a suposta ‘ideologia’ dos livros que compõem o acervo da Fundação Palmares”.



Com informações da Revista Fórum

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