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Alta dos preços pesa no café da manhã e almoço da população


Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

As duas principais refeições do dia estão cada vez mais indigestas para a população brasileira. Dados do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), confirma que a alta dos preços não se trata de uma percepção. Nos últimos 12 meses, a média da variação dos itens do café da manhã foi de 9,15%, segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor (IPC-DI), da FGV. Já a inflação do prato feito foi de quase o dobro, no mesmo período: 16,84%. O resultado ficou bem acima dos 9,83% medidos pelo IPC-DI.

O preço do café em pó, por exemplo, disparou 36,67%, seguido pela margarina (23,89%), ovos (20,05%), mortadela (19,57%), presunto (13,67%) e queijo muçarela (10,36%). O leite longa vida foi o que apresentou a menor variação, subindo 1,64%.

Já a inflação do prato feito, com o tradicional feijão com arroz, disparou 16,84%, puxado principalmente pelo aumento do frango em pedaços (30,91%), pelo tomate (27,93%), pela batata inglesa (20,96%) e pelas carnes bovinas (18,68%). O feijão preto, muito consumido no Rio de Janeiro, registrou aumento de 7,40%, enquanto o feijão carioca ficou praticamente estável (0,16%).

Para o economista Matheus Peçanha, do Ibre, a inflação dos alimentos tem penalizado sobremaneira as famílias de baixa renda, que gastam boa parte do orçamento com alimentação, mas também atinge famílias de outras faixas de renda, já que os aumentos estão disseminados.

“Os custos de produção ficaram muito pressionados e ajudaram a disseminar a inflação ao longo do ano. Com os problemas climáticos penalizando a agropecuária e as commodities energéticas pressionando insumos e custos logísticos, o resultado final na mesa do brasileiro foi devastador”, avaliou o economista.

Medida da inflação cai em novembro, mas acumula alta

Apesar disso, o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) 1, da Fundação Getúlio Vargas (FGV) caiu 0,58% em novembro. O percentual é menor do que o de outubro, quando a alta foi de 1,60%. Porém, o índice acumula alta de 16,28% no ano. Em 12 meses, é de 17,16%. Em novembro de 2020, o índice havia subido 2,64% e acumulava elevação de 24,28% em 12 meses.

“O resultado do índice ao produtor segue influenciado pelo comportamento dos preços de grandes commodities. Mais uma vez, minério de ferro (4,29% para -24,98%), soja (-0,38% para -3,73%) e milho (-4,45% para -5,15%) apresentaram queda em seus preços influenciando o resultado do IGP”, afirma em nota André Braz, coordenador dos Índices de Preços.

Segundo a análise da FGV, a queda da taxa de outubro para novembro foi puxada, principalmente, pelos preços no atacado, que são medidos pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA).

Outro índice que registrou queda é o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), apesar de ter recuado, ainda registrou inflação ao passar de 0,86% para 0,67%.

Todavia, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve alta de 1,08% em novembro, frente a 0,77% registrado em outubro. Os setores de Transportes e habitação registram altas: 3,07% e 0,56%, respectivamente.

Em seu estudo, a FGV destaca a alta de dois itens: gasolina (7,44%) e condomínio residencial com alta de 1,43%.

Alta de preços, queda do PIB

Na última semana, as projeções de inflação para o Brasil, em 2021 e 2022, foram atualizadas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) para praticamente 10% e a expectativa é que os preços continuem a subir. A crise hídrica também impactou na alta dos preços.

Segundo o instituto, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve encerrar 2021 com alta acumulada de 9,8%. A previsão anterior, feita em setembro, foi de 8,3%.

Para 2022, embora seja esperada desaceleração em relação à taxa de inflação deste ano, a projeção do Ipea para a alta dos preços subiu a 4,9%, de 4,1% antes, fora do centro da meta, que neste caso é de 3,5%, com margem também de 1,5 ponto.

Aliado a isso, a recuperação do setor de serviços não foi suficiente para alavancar o crescimento do país no terceiro trimestre deste ano. O Produto Interno Bruto (PIB) registrou queda de 0,1% em comparação com o segundo trimestre, e sofreu com os impactos da inflação e da instabilidade fiscal, que prejudicaram a atividade econômica, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Como foi o segundo trimestre seguido de queda na atividade econômica, o país entrou em recessão técnica.

Analistas calculam que há uma elevada parcela de carregamento estatístico nas projeções, como é chamada a resultado do último trimestre de um ano para o ano seguinte. Na prática, a economia brasileira crescerá sobre uma base deprimida do ano anterior, quando tombou 4,1%.

Com informações do Uol, Brasil 247 e O Globo

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